Vice será anunciada somente nesta sexta
Empolgado inicialmente com os 9% de intenções de votos demonstrados já nas primeiras pesquisas dos principais institutos do país, o pedetista Ciro Gomes imaginava que teria um crescimento vertiginoso diante da polarização e que poderia escolher um nome de peso para compor a chapa com ele. Mas isso foi lá atrás, no começo da corrida. Ciro sonhou até em ter a emedebista Simone Tebet ao lado dele. Mas a senadora fechou com o PSDB e no fim das contas, o ex-ministro de Lula chega ao último dia do prazo para definição de chapa como o mais isolado dos candidatos e sem definir o nome de quem estará com ele na disputa pelo Palácio do Planalto.
Puro-sangue
De certo é que Ciro vai caminhar com um nome do PTD, até porque, a legenda está isolada na campanha. Como forma de valorizar a “escolha”, o PDT prefere classificar a chapa como “puro-sangue”. Como definiu um membro do União Brasil em conversa reservada com o autor da Ponto e Vírgula “Ciro fez doce, atacou demais e não aglutinou”. O presidenciável, no entanto, disse que o nome será de uma mulher e sairá nesta sexta. Mesmo porquê…
São vários fatores
O isolamento de Ciro Gomes na eleição se deve a um conjunto de fatores, na avaliação de um graduado membro da legenda no Rio, que pediu para não ter a identidade revelada. O primeiro é a personalidade tão forte quanto o próprio carisma. Em função disso, o presidenciável faz duros ataques. A estratégia de jogar tão pesado contra o ex-presidente Lula, segundo o pedetista, pode ter passado a imagem de quem cospe no prato que comeu e isso não teria sido bem interpretado pelo eleitor. Esse mesmo posicionamento teria dificultado a aglutinação de forças em vota do ex-governador do Ceará.
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Janones cumpre o rito
Por falar em isolamentos e apoios, o deputado federal André Janones (Avante-MG) cumpriu o rito esperado e anunciou desistência de candidatura e apoio ao ex-presidente Lula, um dia antes do fim do prazo. Janones foi filiado ao PT entre 2003 e 2012 e essa portanto seria uma “volta ao berço”. Com isso, Lula amplia a rede de apoio à candidatura. Apesar da oficilaização de Simone Tebet, Lula segue costurando acordos para ter o apoio de caciques do MDB ainda no primeiro turno, assim como faz as negociações por apoio de líderes do PSD de Gilberto Kassab e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
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Damares agita o cenário
A declaração dada nesta quinta-feira pela ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), de que irá para o páreo nas eleições deste ano e que não seria para o mandato de deputada mexeu com os bastidores políticos de Brasília. Entre aliados do atual governador Ibaneis Rocha (MDB) a fala de Damares levantou suspeitas de que ela teria conseguido a vaga para disputar o senado novamente, em função da situação do ex-governador, José Roberto Arruda, que estava “nas mãos do STF”. É um quebra-cabeças que tem explicação a seguir.
Será só barulho?
Damares Alves era candidata ao Senado na chapa de Ibaneis, mas perdeu espaço para Flávia Arruda (PL) em um acordo para ter o marido e ex-governador José Roberto Arruda (PL) como candidato a deputado. O ex-governador queria voltar a disputar o Buriti, mas fez a aliança a contragosto. Diante do risco de inelegibilidade, o ex-governador ficaria fragilizado, Flávia perderia espaço e teria de disputar reeleição como deputada e Ibaneis puxaria Damares de volta. Um interlocutor de Flávia Arruda assegurou, no entanto, que esse risco não existe, que ela sai ao Senado com apoio de Ibaneis e do presidente Jair Bolsonaro e que Damares está “se permitindo jogar de um lado para outro”. A sexta-feira promete.
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Ir a debate pode ser obrigatório
Enquanto os líderes nas pesquisas de intenção de votos, Lula e Bolsonaro, fazem exigências para participar de debates na televisão, o senador Alexandre Vieira (PSDB-SE) quer tornar essa participação obrigatória. O parlamentar apresentou um projeto de lei nesse sentido. Pela proposta, os candidatos perdem o direito de escolher e passam a ser obrigados a participar desse tipo de programa. Na avaliação de Vieira, os debates são importantes para garantir um processo eleitoral transparente e igualitário. Como a proposta ainda está em análise, se aprovada só entra em vigor nas próximas eleições.
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