Para alívio dos marqueteiros
Os marqueteiros da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) receberam com alívio a informação de que o chefe resolveu escutar a equipe e cancelar a participação que faria no evento da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) no dia 11. A preocupação da equipe já havia sido antecipada pela Ponto e Vírgula e o cancelamento se deu um dia depois de o presidente ter classificado como “cara de pau” e “sem caráter” as pessoas que assinaram o manifesto pró-democracia, organizado pela Universidade de São Paulo (USP). A Fiesp está entre as entidades que chancelaram o documento.
Jantar também cancelado
O presidente também cancelou o jantar que estava marcado com empresários paulistas na mesma data em que participaria do evento na Fiesp, que tem levado todos os candidatos. Tem explicação. É que no mesmo dia acontecem manifestações em São Paulo em defesa da democracia e do atual sistema eleitoral brasileiro. E além da Fiesp, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) também está na organização de tudo. Segundo antecipou um assessor de Bolsonaro, na coluna de ontem, “seria como colocar o presidente na cova dos leões”.
Desafio é dialogar com elites
Entre as preocupações que estão no topo da lista de prioridades da equipe de comunicação de Bolsonaro, segundo a mesma fonte, está encontrar um novo caminho para que o presidente volte a dialogar com a elite brasileira, com os investidores. Uma avaliação feita na semana passada pelos mais próximos do núcleo de campanha constatou que Bolsonaro consegue dialogar basicamente com o agronegócio, setor que teria alcance mais limitado, por estar nas mãos de poucas pessoas e sem a capilaridade de outros segmentos, com mais alcance e poder de fogo e de votos, segundo a fonte. Esse é um problema que precisa ser resolvido antes do dia 16, quando a campanha começa para valer.
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Na mesma moeda
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu usar o poder de fogo de influenciadores digitais para tentar combater uma das fake news mais difundidas nas redes sociais: a de que existe uma sala secreta ou sala escura para a totalização de votos. O próprio presidente da República já referiu-se à suposta “sala secreta” em mais de uma ocasião. A estratégia de comunicação do TSE foi tomada com base em critérios técnicos, que levam em conta o número de seguidores e o potencial de disseminação das informações dos convidados, nas redes sociais. É o chamado combater fogo com o próprio fogo, ou…
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Raupp ronda Congresso
Depois de ter anunciado em carta aberta, publicada em veículos do estado, que não será candidato a nenhum cargo neste ano, o ex-senador e um dos caciques nacionais do MDB, Valdir Raupp (RO) foi visto percorrendo os corredores da Câmara e em conversas de pé de ouvido com o deputado Miguel Lombardi (PL-SP). A presença do ex-senador no Congresso deixou intrigados aqueles que juntam lé com cré. É que o MDB passa por um momento delicado com a candidatura de Simone Tebet, que ainda não empolgou a legenda, e com o desafio de ampliar a bancada para tentar retomar o prestígio em Brasília, no próximo governo, seja quem for o presidente. Raupp sempre foi um grande articulador emedebista. Na carta aberta, em que comunica que não será candidato, o ex-senador diz que a decisão foi tomada depois de “muita oração”.
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Reguffe, o candidato “nem ném”
O senador José Antônio Reguffe (União Brasil) engrossa a lista dos candidatos que dizem não ser “nem Lula nem Bolsonaro” e já bateu o martelo. Vai ser candidato a governador do Distrito Federal. A candidatura será oficializada na convenção da legenda, marcada para as 18 horas desta quinta-feira. Bem colocado nas pesquisas, Reguffe é apontado como o único candidato capaz de bater de frente com o governador Ibaneis Rocha (MDB). O senador deixou o Podemos para disputar o Palácio do Buriti.
Partidos chateados com Ibaneis
Por falar em Ibaneis Rocha, os partidos que fizeram aliança para apoiá-lo à reeleição não ficaram muito satisfeitos com a atenção dada a eles no dia do lançamento da chapa, que ficou com cara de evento apenas do MDB, segundo um interlocutor. Por isso, o PL da candidata ao Senado Flávia Arruda prepara um evento próprio no dia 13. Vai ser uma espécie de lançamento junto com o Patriotas. A ideia é dar mais destaque para a candidata e valorizar a participação da militância, que no dia do lançamento teria sido tratada apenas como plateia. Numa hora dessas, agradar a quem pede votos, voluntariamente, é estratégico.
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Foco só no Senado
Não adianta insistir. O senador Álvaro Dias já avisou ao Podemos que não pretende sequer participar das articulações para definir se a legenda terá candidatura própria ou se apoia a indicação do general Santos Cruz como vice na chapa de Soraya Thronicke (União Brasil). Em conversa com a coluna, Dias disse que está focado na campanha à reeleição para o Senado. Ele tem como principal adversário o ex-pupilo Sérgio Moro e diz que está bem satisfeito com as pesquisas de intenções de voto, que o colocam na liderança no Paraná.
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